quarta-feira, 25 de abril de 2012

Video games e a violência

Fala, galera! Hoje não vamos tratar de um jogo específico, mas de um tema que volta e meia acaba indo parar na mídia: a violência nos video games.

A idéia de escrever este texto hoje veio quando, visitando o site do Yahoo, me deparei com esta notícia sobre um moleque de 4 anos na Arábia Saudita que matou o pai porque ele não lhe daria um Playstation.

Vamos deixar de lado aqui questões como "por que o idiota deixou a arma ao alcance da criança?" ou "como um pirralho de 4 anos conseguiu mirar e atirar com uma arma real?". Isso não tem tanta importância agora, o que interessa é que qualquer gamer em algum momento já leu em uma notícia, já ouviu de um parente chato, ou até de um desconhecido no metrô, que jogos violentos influenciam as pessoas e podem levá-las a cometer crimes.

Isso sempre esteve em discussão, desde que o primeiro aviãozinho do River Raid matou um helicóptero e chamaram isso de treinamento militar. Mas, se bem me lembro, a polêmica atingiu o auge em 1999, quando um cara simplesmente sacou uma metralhadora no meio de um cinema em São Paulo e saiu metralhando pessoas aleatoriamente, supostamente influenciado pelo jogo Duke Nukem 3D, do qual já falamos por aqui.

Essa é a famosa cena do cinema do Duke Nukem 3D. Passei por ela
há 20 minutos atrás e ainda não comprei uma metralhadora.

Antes de tudo, o que é considerado um jogo violento? No Atari, tínhamos jogos em que um avião saía destruindo vários veículos à frente dele, causando centenas de mortes, com certeza. Isso é considerado um game violento? Ou o que causa preocupação é o sangue, como aqueles baldes que aparecem no Mortal Kombat? Quem sabe até o problema seja quando a violência é misturada a outro tipo de conteúdo, como o erotismo presente em God of War e GTA.

Eu considero violentos os jogos que tenham cenas de grande impacto emocional, apresentação explícita de mortes e mutilações ou as duas coisas juntas. Quem não se lembra da famosa fase "No Russian", do Modern Warfare 2, em que você matava a sangue frio dezenas de civis em um aeroporto? Foi tão chocante que, apesar do jogo inteiro se basear em matar os outros, esse nível em especial tinha a opção de não ser jogado.

Agora a pergunta: Vocês acreditam que video games violentos podem influenciar as crianças, a ponto de atirarem contra seus familiares ou em pessoas na rua?

Isso aqui me dá mais vontade de machucar alguém do que qualquer jogo

Eu diria que é possível, mas não em qualquer caso. Pelo que eu acompanho dos video games, e eu conheço muita gente que joga desde pequeno, eles não transformam pessoas boas em más. O que pode acontecer é que sirvam como um catalisador de um problema mental que já existia, ainda que latente.

Oras, quantas vezes não vemos atos violentos sendo cometidos por causa de futebol? De religião? De um relacionamento rompido? De discussões no trânsito ou em bares? Quantos assassinos em série não existiram antes mesmo dos jogos eletrônicos terem sido inventados? Certamente "Jack, o Estripador" não jogou God of War.

Se uma pessoa tem tendência à violência ou a perder o controle, ou se possui qualquer tipo de doença mental que lhe tira a capacidade de diferenciar o certo do errado, há uma infinidade de coisas que podem desencadear um ato considerado totalmente insano, desde um jogo violento até levar um fora da namorada.

Muitos games são absurdamente divertidos sem envolverem violência explícita

No caso de crianças, que desde pequenas têm acesso aos jogos eletrônicos, é importante que sempre tenham em mente que existe uma diferença entre o mundo real e o virtual, sendo que a violência deve sempre permanecer no virtual. 

Se você tem dúvidas quanto à capacidade do seu filho ou filha de fazer essa diferenciação, é muito simples: não deixe que jogue um game que não é apropriado pra idade dele. Pronto. É pra isso que existe uma classificação indicativa em todos os jogos. Se seu filho tem tendência a ser violento e você o deixa jogar GTA, amigo, a culpa é sua, não do jogo. Ele é feito pra adultos e isso está escrito bem claro na caixinha.

Eu, particularmente, jogo desde que tinha 3 ou 4 anos de idade. Meus pais nunca me proibiram de jogar algo, então eu passei por games de luta, de tiro, de espadas... até um pouco de GTA, que surgiu quando eu estava no começo da adolescência. E garanto que nunca tentei matar ninguém fora do jogo. Dentro sim, é até muito divertido, e a questão é justamente saber manter a violência dentro da tela.

É deste jeito que funcionam os jogos violentos

Então, pais preocupados, eu não recomendo proibirem totalmente seus filhos de brincarem com video games. Ainda porque, os benefícios que eles trazem são enormes, desde o desenvolvimento de reflexos até melhor conhecimento de línguas estrangeiras, como o inglês.

Se não gostariam de vê-los decapitando pessoas no Manhunt, dêem a eles um Final Fantasy, Chrono Trigger, Mario Bros, Zelda ou outros games que não possuem tanto conteúdo violento. Mas não adianta privá-los de uma diversão que pode ser muito benéfica simplesmente porque acham que isso pode causar um novo tiroteio no cinema. 

Se elas começarem a apresentar comportamento violento ou preocupante de alguma forma, aí sim, alguma providência deve ser tomada. Mas o mais comum é que uma criança bem criada possa jogar até mesmo God of War desde os três anos sem ter problema algum no futuro.



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