quarta-feira, 18 de abril de 2012

Limbo - RESENHA

Gênero: Puzzle/Indie
Desenvolvedor: Playdead
Publisher: Playdead
Plataformas: PC, PS3, XBox 360
Lançamento: Julho de 2010
Nota: 9,5 de 10,0
Onde comprar: PSN, Live e Steam - http://store.steampowered.com/app/48000/


O que todo gamer sabe é que, em qualquer jogo, a variedade de missões, obstáculos e desafios pelos quais os jogadores têm que passar depende demais da criatividade do designer. E, ultimamente, muitos games têm sofrido pela falta dela.

Mas, felizmente, o jogo do qual trataremos hoje mostra que ainda há designers com uma criatividade absurdamente grande. Com gráficos tão imaginativos quanto bem feitos, puzzles incrivelmente variados, dificuldade balanceada e altamente viciante, estamos falando de LIMBO!


A história desse jogo é extremamente complexa e é necessário prestar bastante atenção nela: você é um menino, que acorda um dia em uma terra estranha, onde tudo é preto, branco e cinza. Agora, deve sair andando e sobreviver.

Sim, não estou brincando, a história é essa. Não tem explicação, animação, nem uma mensagenzinha te dizendo qual seu objetivo. Ao começar o jogo, você simplesmente acorda e tem que começar a resolver quebra-cabeças e superar desafios que tentarão (e conseguirão) te matar diversas vezes no decorrer do game.

Existem situações em que você sabe que tá ferrado

Será que a falta de motivação é um grande problema? Não sei, vocês acham ruim a história do Mario quase sempre ser a princesa que foi sequestrada? Eu creio que cada jogo tem sua proposta. Alguns gostam de ser praticamente filmes jogáveis. Outros colocam uma história qualquer só pra explicar o que o personagem tá fazendo ali ao invés de estar em casa vendo televisão.

E também há aqueles, como Limbo, que nem perdem tempo inventando desculpas, pois o que quer mostrar não tem a ver com o roteiro, mas sim com a jogabilidade. E nisso eu tenho que dizer que ele se sobressai de uma maneira que me surpreendeu muito.

Você usa ao todo 5 botões: os direcionais e o botão de ação. E isso é tudo de que vai precisar. A cada quebra-cabeça superado, surge outro mais difícil para te desafiar e tentar te matar de um jeito mais escabroso do que o anterior.

Às vezes, eu morro de propósito só pra ver as animações de morte

Praticamente todos esses puzzles são resolvidos de uma forma muito criativa, exigindo do jogador um pensamento fora da curva. Quase sempre a solução estará na sua cara o tempo todo, mas serão necessárias muitas tentativas até entender. O game é desafiador, mas nunca em excesso, apenas o bastante para causar a sensação de missão cumprida e uma grande vontade de ver qual será o próximo obstáculo.

Infelizmente, é difícil falar sobre esses quebra-cabeças sem dar spoilers, mas posso dizer que incluem diversos elementos, com os quais você terá que lidar. Uma tribo de nativos, vermes controladores de mentes, uma aranha gigante, eletricidade, água, gravidade e salas giratórias são apenas exemplos daquilo que encontrará. Tanta variedade exige que o jogador a todo momento readapte sua maneira de pensar, pois o que funcionava antes com certeza não dará mais certo.

Incrível como tudo tenta te matar, e olha eu nem sei
se o personagem está vivo mesmo

Os gráficos de Limbo são ao mesmo tempo muito simples e muito complexos. Como já foi dito, o jogo todo é em branco, preto e cinza, quase todo enevoado. Mesmo seu personagem é apenas uma silhueta preta, com dois olhos brancos. Isso passa uma sensação de tristeza e solidão que não é brincadeira. Ao contrário de outros games, neste eu tinha certeza de que o personagem estava completamente sozinho, que ninguém apareceria nem ao menos para deixar o clima menos pesado.

Mas, mesmo usando uma variação restrita de cores, é possível identificar praticamente todos os elementos de cenário que aparecem, se prestar atenção. Claro que o fato de quase tudo ser preto é usado varias vezes para esconder segredos ou até armadilhas (muitas, muitas armadilhas), mas quase nada fica mesclado de forma que não dê pra entender o que é. Até mesmo é possível ter noção de profundidade, pela nitidez e tonalidade do objeto.

É... joguinho meio perturbador esse

Quanto aos efeitos sonoros, são indispensáveis. Em diversas ocasiões, você descobrirá o que deve fazer, ou o que está prestes a acontecer, com base nos sons ambientes. Por isso, é essencial jogar com o volume alto ou, de preferência, com um headphone, para não perder nada, senão terá sérios problemas.

A trilha sonora aparece em poucos momentos, apenas em ocasiões em que serve para aumentar o clima de tensão que você já estaria sentindo, mesmo sem ela. Na maior parte do tempo, você é mesmo deixado sem música de fundo, apenas com os sons à sua volta.

O que me assustou mais foi ver que esse mundo é muito parecido com o nosso

O único defeito que vi realmente em Limbo é o tamanho do jogo, que é muito curto. Na hora em que você começa a pegar o jeito da coisa... acaba. É realmente uma pena, porque é um game que eu gostaria de aproveitar durante mais tempo. Mas, pensando bem, os gráficos e o ambiente tenso acabariam ficando muito cansativos se ele se alongasse demais. Então, eu me contento em jogar de novo para tentar descobrir todos os segredos.

No fim das contas, se você quer um jogo bastante variado em que será necessário usar muito o cérebro, LIMBO é uma ótima escolha. Diversas soluções absurdas que você já pensou em dar para puzzles de outros jogos são justamente o que se espera neste aqui. Você com certeza estará o tempo todo ansioso para saber como será o próximo desafio e como fará para superá-lo. A única decepção será ver que eles acabam cedo demais.

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