sexta-feira, 13 de abril de 2012

Portal 2 - RESENHA


Gênero: Puzzle
Desenvolvedor: Valve Corporation
Publisher: Valve Corporation
Plataformas: PC, PS3, XBox 360
Lançamento: Abril de 2011
Nota: 9,5 de 10,0
Onde comprar: Steam - http://store.steampowered.com/app/620/


Uma grande preocupação, quando se fala de sequências, seja de filmes, livros, jogos, ou qualquer outra mídia, é sobre a qualidade dessa continuação. Nem sempre algo ser feito depois de alguns anos, com uma tecnologia mais avançada, significa que será melhor que o antecessor. Duke Nukem Forever está aí pra provar isso. E também há outras questões: E se fizerem algo exatamente igual ao primeiro? Ou pior, e se tentarem inovar e ficar uma porcaria?

Felizmente, temos aqui um caso em que a sequência fez valer as expectativas de todos os gamers que esperaram por ela durante anos. Trazendo melhores gráficos, uma história mais detalhada, novas mecânicas de jogo e mantendo o espírito do primeiro jogo, temos aqui a obra-prima PORTAL 2!


Todos se lembram do primeiro Portal, certo? Arma de portais, um azul e um laranja, entra por um e sai por outro, enquanto encara uma inteligência artificial onipotente e completamente sádica? Quem não se lembra, pode relembrar lendo a nossa matéria sobre Portal 1.

Muito bem, Portal 2 se passa alguns anos depois da história do primeiro game. Chell, de alguma forma, foi levada de volta para dentro das instalações da Aperture Science e colocada em um estado de animação suspensa. Mas algo dá errado e ela é acordada após muito tempo por um núcleo de personalidade chamado Wheatley, que pede sua ajuda para que ambos possam escapar daquele local.

Essa bolinha de olho azul será responsável por
muitas gargalhadas no decorrer do jogo

Obviamente, a melhor forma de fugir de um lugar é utilizando nossa já conhecida Portal Gun, que volta neste jogo exatamente como era no primeiro: crie um portal azul e um portal laranja, entre por um e saia por outro. Com a ajuda desse aparelho, você revisita muitos locais pelos quais passou no primeiro jogo, mas desta vez tudo está diferente. As salas estão todas destruídas e a vegetação está invadindo o prédio, nem parece que é a mesma empresa.

Mas a história muda no momento em que ELA retorna. Sim, durante sua fuga, por um engano GLaDOS é reativada e imediatamente começa a trabalhar na reconstrução da Aperture Science, enquanto te coloca novamente para realizar testes e mais testes de desempenho, cada um mais complexo que o outro. E, quando ela lhe disser que já recuperou o controle sobre todas as instalações, você se verá, mais uma vez, enfrentando uma das maiores vilãs da história dos vídeo games.

Não acorde, não acorde, não acorde.... Ô porcaria!

Só que, desta vez, você terá ajuda de dentro. Com Wheatley ao seu lado, Chell viajará cada vez mais fundo e descobrirá praticamente todos os segredos por trás da criação, propósito e funcionamento da Aperture Science, com direito a uma série de plot twists, em um jogo com alguns dos personagens mais carismáticos já criados em qualquer mídia.

Muito da jogabilidade de Portal 2 é semelhante ao primeiro jogo. Na verdade, durante os primeiros minutos, a sensação será basicamente de um déjà vu, pois, além do game ser parecido, você estará nas mesmas salas pelas quais passou. Mas, conforme a história vai se desenrolando e novas possibilidades vão surgindo, você vê que a Valve conseguiu fazer algo muito difícil: manter o que era bom no primeiro jogo e adicionar novos elementos, que se encaixam perfeitamente, sem parecerem forçados em momento algum.

As pontes de luz, que podem ser desviada por meio de portais,
sãoum adicional muito divertido aos quebra-cabeças

A maior novidade é a adição de diversos tipos de gel, que cobrem o chão e as paredes, na construção dos puzzles. São três tipos principais: O azul, Repulsor, que fará com que Chell ricocheteie, sendo jogada a grandes distâncias, dependendo do quão rápido você estiver se movendo quando bater nele; o laranja, Propulsor, que aumenta em muito sua velocidade de corrida, proporcionando maior "momentum" para saltos e para se jogar através de portais; e o branco, Pó Lunar, que lhe permite criar portais em qualquer superfície que esteja coberta por ele.

Esses três itens podem ser usados separadamente ou, dependendo da ocasião, em conjunto. E, se somados à sua já conhecida Portal Gun, abrem um leque de possibilidades que os jogadores certamente nem imaginavam enquanto tentavam zerar o primeiro game.

Usando os portais, é possível espalhar o gel pra onde você precisar

O enredo, apesar de curto (eu levei só umas 7h para acabar), te leva bem mais a fundo do que no jogo anterior, revelando mais do passado da GLaDOS, da Chell e da Aperture Science como um todo, além de se focar bastante no relacionamento entre os personagens, que até então só tinham uma relação semelhante com a de um cientista com seu rato de laboratório.

Os gráficos foram bastante melhorados, se comparados aos do primeiro game, mas mesmo assim não chegam a impressionar, estando até relativamente ultrapassados, se levar em conta a data de lançamento. No entanto, esse realmente não era para ser o foco do jogo, que se centra muito mais nos personagens e nos quebra-cabeças, então acaba nem fazendo uma grande diferença. Além disso, gamers de verdade sabem que gráficos, por si só, não fazem um jogo ser bom.

Já vi essa cena em algum lugar...

Quanto aos sons... novamente, ocupam uma posição de destaque. Desde as primeiras atuações dos dubladores até o final da música de encerramento, tudo relacionado ao áudio é tratado com muito carinho pelos produtores. 

Como os personagens praticamente não têm expressão facial, a voz se torna ainda mais importante, mas os atores cuidaram disso com maestria. GLaDOS quase não tem emoção na voz, mas você sempre sabe o que ela está sentindo e até quando está contando uma mentira. Wheatley, com aquele jeito inocente e afobado, consegue fazer o jogador rolar de rir mesmo com as falas mais mundanas. E a música final... bom, prepare-se para ficar com ela presa na cabeça durante uma semana. Não é igual, mas está muito perto da Still Alive, que encerrou o primeiro game.

Nunca achei que veria a Aperture Science nessas condições

Mas digamos que você termine o jogo. Poxa, será que é só isso? Não, pelo contrário! Porque a história continua no modo Multiplayer, que pode ser jogado por até duas pessoas, que assumem o controle de dois robôs, chamados Atlas e P-Body. Esse modo se passa após os acontecimentos do Single Player e se trata de uma série de quebra-cabeças, tão ou mais divertidos que os que você já passou, que só podem ser resolvidos jogando em grupo, pois cada um deles é fisicamente impossível de ser resolvido por um jogador sozinho.

Além do Multiplayer proporcionar um modo extremamente divertido de jogo cooperativo para curtir com seus amigos, seja em tela dividida ou online, você acaba vendo ainda mais da personalidade de GLaDOS e somente ao final dessas fases você verá o verdadeiro final do game, o gancho que levará, ou não, ao Portal 3.

Ok, eu admito: ainda mais divertido do que tentar zerar o jogo
é tentar matar seu companheiro

Também há o modo Challenge, no qual você joga partes do Single Player enquanto o jogo marca seu tempo e a quantidade de portais usados e, depois, compara com seus resultados anteriores e os de outras pessoas, via internet. Será que você é melhor do que eles, pensando com portais?

No final das contas, eu considero a série Portal, bem como seus personagens, grandes clássicos do mundo dos vídeo games, mesmo tendo apenas 4 anos desde o lançamento do primeiro jogo. É essencial para qualquer gamer que, além de desafio, gosta de jogabilidades diferentes e inovadoras. Este é um daqueles mundos em que você entra e imediatamente se torna tão familiarizado quanto com sua própria casa, e mesmo a maior vilã que encontrar será para você como uma velha amiga, de quem você sentirá saudades e certamente voltará outras vezes para visitar, mesmo que seja apenas para ver a cena épica em que ela é reativada.


PS: Aliás, segue o teaser trailer do Portal 2, divulgado um ano antes do lançamento do jogo, mostrando a reativação da GLaDOS e a reconstrução da Aperture Science. Até hoje foi um dos poucos teasers que me deixaram realmente desesperado por um game:


Um comentário:

  1. Além de ser um game de estratégia, cheio de puzzles cada vez mais difíceis, ainda rende boas risadas com os comentários da GLaDOS.
    Show, boa sorte com o site, cara.

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