quinta-feira, 22 de março de 2012

The Elder Scrolls V: Skyrim - RESENHA

Gênero: RPG
Desenvolvedor: Bethesda
Plataformas: XBox 360, PC e PS3
Lançamento: Novembro de 2011
Nota: 9,0 de 10,0
Onde comprar: Steam - http://store.steampowered.com/app/72850/ , Nuuvem - http://www.nuuvem.com.br/produto/373-the-elder-scrolls-v-skyrim


De vez em quando, nos deparamos com uma série de jogos que não apenas é divertida, mas também traz ao jogador um mundo totalmente novo, um mundo vivo, uma mitologia completa. E esse mundo, por vezes, é tão interessante que queremos saber cada vez mais sobre ele, sobre sua história, sua geografia, sobre as pessoas que lá vivem. O que me dizem do mundo de Hyrule, da série The Legend of Zelda? Ou Azeroth, da série Warcraft? Ou até Rapture, do Bioshock?

Bom, esta é mais uma dessas séries, que lhe trará um universo totalmente novo, complexo e profundo, que poderá lhe render centenas de horas de diversão, conforme tenta descobrir tudo que há para se saber sobre ele e sobre os acontecimentos à sua volta. Hoje, falaremos de THE ELDER SCROLLS V: SKYRIM!

Você levou uma flecha no joelho?
Puxa, que coincidência...

O início desse jogo épico já te prepara para aquilo que encontrará pela frente nas próximas 100 horas. Você começa em uma carroça, sendo levado em direção ao local onde será decapitado, por ter sido confundido com um dos Stormcloacks, um grupo rebelde responsável por matar o rei de Skyrim. Mas, no momento em que o carrasco levanta o machado para separar sua cabeça do resto do corpo, algo o interrompe: pela primeira vez, em centenas de anos, surge um dragão gigantesco, que começa a atacar a cidade e destruir tudo à sua volta.

Isso mesmo, você está no nível 1, com suas mãos amarradas, e tem que se virar como puder pra fugir de um dragão cuspidor de fogo que está transformando todos os soldados à sua volta em petisco. Moleza, não? E não é só isso, pois, após fugir, você fica encarregado de avisar a todos que, após tanto tempo, os dragões estavam de volta. Isso quer dizer que encontrará mais deles em breve.

Alguém avisa pra Bethesda que no nível 1 não é um bom momento pra
encontrar um dragão?

Eventualmente, essa jornada te leva a descobrir uma verdade sobre si mesmo: Você é um Dragonborn, ou, na linguagem dos dragões, um Dohvakiin, o único ser humano que tem sangue de dragão. Isso, além de lhe conferir poderes especiais, permite que absorva as almas dos dragões que matar. E acredite... você matará vários.

Mas e agora? O que significa ser o Dragonborn? Qual é seu destino? Será que você nasceu devido à volta dos dragões, ou eles voltaram por sua causa? Cabe a você descobrir.

As possibilidades de criação dos personagens são inúmeras

Esse é só um resumo minúsculo do que é a trama por trás desse jogo, que certamente lhe deixará grudado na tela durante horas e horas sem parar. Mas ela se desenrola para muito além, não apenas por aquilo que acontece em torno do seu personagem, mas pelas suas próprias ações, também. Para ter uma idéia, após a morte do rei está ocorrendo uma guerra civil em Skyrim. E você, sendo o Dragonborn, pode alterar o destino dessa guerra sozinho.

Essa é a característica mais marcante da série The Elder Scrolls e não poderia deixar de ser desta vez: a gigantesca liberdade que lhe é dada para fazer o que quiser nesse mundo que colocaram à sua disposição. Você não segue um roteiro determinado, pelo contrário, você decide se vai ou não lutar e, se decidir lutar, escolhe de que lado estará. Você pode ser um guerreiro honrado, um ladrão com boa lábia, ou um feiticeiro maligno.

Após um longo dia matando Trolls, nada como relaxar na taverna,
ouvindo os bardos cantarem sobre você

Cada escolha sua muda o mundo à sua volta e a atitude dos NPCs em relação ao seu personagem, podendo se tornar o herói de uma cidade ou um assassino procurado com a mesma facilidade. Isso quer dizer que você pode jogar o game inteiro várias vezes e nenhuma delas ser como a anterior.

Essa sensação de variedade é aumentada mais ainda pelo tamanho do mundo. Na verdade, Skyrim nada mais é do que uma província do continente de Tamriel, mas é um lugar enorme, com todo tipo de terreno que se possa imaginar, desde florestas verdejantes e cheias de animais até montanhas em que neva incessantemente. Sempre há mais um lugar pra ir, mais uma caverna para explorar, mais um segredo para achar.

A sensação de grandiosidade está presente o tempo todo

E, por falar em segredos, as suas descobertas não se limitam a explorar o mapa e conhecer as pessoas que lá vivem. Esse mundo tem uma história extremamente profunda e complexa, que remonta a séculos antes do momento em que você está, que, aliás, é duzentos anos após os acontecimentos do game anterior, Oblivion. Os jogos anteriores são mencionados em vários momentos e isso lhe dará vontade de jogá-los também, para vivenciar também aquelas aventuras.

Os combates em Skyrim são muito variados, pois você não é obrigado a escolher uma só classe. Então, é possível usar uma espada em uma mão e magia na outra, ou atirar com um arco em um inimigo distante e mudar para uma espada de duas mãos quando ele encostar em você. A armadura que usa também influencia, pois armaduras mais pesadas, apesar de lhe protegerem mais, lhe deixarão mais lento, barulhento e suscetível a ataques. É possível fcar horas apenas tentando descobrir qual estratégia de luta combina mais com você.

Os finishing moves introduzem um elemento muito bem-vindo nas lutas

Como outro meio de não deixar o combate repetitivo, a Bethesda incluiu vários finishing moves, que são animações curtas que acontecem quando seu personagem dá o último golpe em determinados inimigos e o mostram encerrando a luta de maneira espetacular. Essas animações são tão apreciadas pelos jogadores que a Bethesda recentemente até lançou um patch adicionando mais deles, inclusive para quando o inimigo for morto com armas à distância.

Por falar em combate, temos que falar também dos monstros. Há uma enorme variedade deles, desde caranguejos minúsculos até... bom, até dragões. Além deles, há lobos, tigres dentes-de-sabre, trolls, vampiros, lobisomens, gigantes, mamutes e toda sorte de criaturas prontinhas pra te estraçalhar. Conforme você passa de nível, elas ficam mais fortes também, em graus diferentes, para evitar que chegue um momento em que você possa passar por cima de todas como um trator. Isso é muito bom, considerando que o jogo não é realmente difícil nem mesmo jogando no modo Master.

Se encontrar os gigantes pastores de mamutes....
afaste-se lentamente e vá embora

Mas, sendo o Dohvakiin, você não ganha nenhuma vantagem ao enfrentar esses bichos feios? Sim, ganha! E essa vantagem são os Shouts! E do que eles se tratam? Shout é o poder de, ao gritar palavras na língua dos dragões, ativar as mais diversas habilidades, através da combinação certa de palavras. O Shout mais comum, Fus Ro Dah, faz com que os adversários fiquem tontos e voem longe, te dando a chance de acabar com eles. Mas outros lhe permitem correr mais rápido, soltar fogo pela boca, acalmar os animais e diversas outras coisas.

Geralmente, uma pessoa leva décadas para aprender um Shout simples, mas você, sendo o Dragonborn, pode aprender uma palavra apenas lendo as escrituras mágicas em draconiano e matando dragões para absorver suas almas. É isso, principalmente, que te diferencia das pessoas normais e que pode lhe tornar o maior guerreiro de Skyrim.

Seus Shouts são tão poderosos que mesmo os
inimigos mais fortes são afetados

O sistema usado para aprimorar as habilidades do seu personagem é muito simples e, ao mesmo tempo, muito divertido: você vai ficando melhor em determinada habilidade conforme a usa. Se bater muito com espadas de duas mãos, vai ficar melhor em lutar com espadas de duas mãos. Se bloquear muito, ficará melhor no uso de escudos. Se negociar muito, com o tempo conseguirá comprar itens mais baratos e vendê-los mais caros. E por aí vai.

Isso incentiva o jogador a realmente usar todas as opções que tem, ao invés de treinar só uma e usar os pontos de experiência obtidos para melhorar outra. Também, quando você aumentar um determinado número de níveis de habilidade, passará um nível de personagem, o que lhe possibilitará escolher um Perk. Perks são habilidades especiais que só podem ser obtidas passando de nível de personagem e só um ponto a cada nível. Essa é a hora em que você realmente opta pelo tipo de aventureiro que quer criar.

O som nesse jogo mereceria uma matéria só sobre ele. Primeiramente, a dublagem não deixa a desejar e basicamente todas as falas do jogo são dubladas, o que contribui e muito para a imersão do jogador nesse mundo. E quanto às músicas... só ouvindo para entender. Não há como descrever a sensação de estar no topo de uma torre em chamas, com seu arco, enfrentando um dragão, enquanto ouve uma música tocada com tambores e cantada na língua dos dragões em homenagem ao Dragonborn, que, aliás, é você.

As batalhas contra dragões sempre são épicas

Sem dúvida, a trilha sonora recebeu um tratamento muito especial por parte da Bethesda, que fez um trabalho excepcional. São diversas músicas que se pode ouvir durante o jogo, todas elas muito bem trabalhadas, de forma que você provavelmente vai querer deixá-la quase tão alta quanto os sons das vozes, para não perder nada. Eu nunca começo o jogo rapidamente, sempre espero primeiro tocar toda a música tema na tela de título.

Os gráficos, por sua vez, têm altos e baixos. Os cenários, o mundo, os locais, tudo isso foi feito com muito carinho e cuidado. Já estive no meio de rios que pareciam de verdade, em cavernas realmente claustrofóbicas e no meio de nevascas que me fizeram até sentir frio de verdade. Nada ficou de fora, muitas vezes nos deparamos com detalhes minúsculos, que nem sequer reparamos em sua ausência em outros jogos, mas que, quando olhamos para eles, vemos que contribuem em muito para criar um mundo vivo e verdadeiro. Nada como olhar para cima à noite e ver constelações e até mesmo uma aurora boreal, em volta de uma Lua gigante em que é possível ver até mesmo suas crateras.

Acho que esse é o céu mais bonito que já vi em um jogo

Mas, por outro lado, os gráficos dos personagens em si deixa muito a desejar. Não é um negócio horrível como nos jogos Fallout 3 e Fallout New Vegas, mas os personagens são muito feios mesmo. Isso me leva, de certo modo, a pensar em Tolkien, que praticamente não desenvolvia seus personagens, porque eles não eram o foco. O importante é o mundo, é aquela mitologia que ele criou. Os personagens nada mais são do que meios de te apresentar esse universo. E, no caso de Skyrim, o próprio espaço usado para se criar o cenário pode ter impossibilitado a criação de melhores gráficos pras pessoas que lá vivem. Não podemos esquecer que, por melhor que o PS3 seja, ainda tem limites.

Mesmo assim, Bethesda, no próximo jogo, que certamente virá na geração seguinte, seria legal dar uma caprichada melhor nos personagens. Colocar para as pegadas aparecerem na neve seria maneiro, também, e eu não engulo esse negócio dos objetos aparecerem na mão dos NPCs do nada na hora em que vão usar. Se uma velhinha diz que vai varrer o chão, eu gostaria de vê-la pegando a vassoura em um canto, ao invés de fazendo com que aparecesse em sua mão, no melhor estilo David Copperfield.

Lydia, você é muito legal, mas é feia que dói

Já que estamos falando dos problemas, agora, vamos a um dos maiores deles: os bugs. Eles existem. E são muitos. Você está lá, enfrentando um inimigo muito mais forte que você, só contando com sua agilidade e estratégia, quando, de repente, você fica preso no lugar, do jeito certinho pro bandido te encher de pancadas. Ou você está lá ouvindo o discurso da capitã da guarda logo antes de sair para matar um dragão, quando uma menininha passa do seu lado falando uma frase genérica, que faz com que a voz e a legenda da fala da capitã não apareçam e te quebra totalmente a imersão.

Sei que é difícil fazer um jogo tão épico e gigantesco sem bugs, mas eles são um problema constante. Felizmente, já estão sendo lançados patches consertando boa parte deles. Daqui a uns meses, meu maior inimigo voltará a ser o Alduin, não o balde no canto da sala que me faz ficar paralisado na cara do adversário.

Boa parte da mitologia do jogo é aprendida lendo os diversos
livros que encontrará em suas aventuras

Tendo e vista tudo isso, eu diria que Skyrim é um jogo recomendado para jogadores hardcore, que realmente gostam de sentar na frente de um game e jogá-lo por muito tempo, a fim de descobrir todas as opções que ele oferece. Mesmo se o jogador seguir só pela história principal, ainda terá pela frente uma aventura longa, com uma história complexa, que exigirá dezenas de horas de dedicação. Se for tentar descobrir todos os segredos, então, isso pode levar centenas de horas.

Certamente, alguém que chegue ao final do game pensará: "Mas e se tivesse ficado do lado dos Imperiais? E se eu me juntasse aos Stormcloacks? E quanto aos Companions?" Aí, se quiser descobrir, o melhor jeito é colocar novamente seu capacete com chifres, pegar sua espada e seu escudo, subir em seu cavalo e entrar mais uma vez no mundo de THE ELDER SCROLLS V: SKYRIM, pronto para ver que outras opções ele tem para lhe oferecer!

Um comentário:

  1. But it’s not just about datasets. GTA V and other hyper-realistic virtual worlds also allow engineers to test their cars in uncommon but highly dangerous scenarios that they may one day encounter.

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