quinta-feira, 22 de março de 2012

Angry Birds Space - RESENHA


Gênero: Casual
Desenvolvedor: Rovio
Plataformas: iOS, Android, Mac e PC
Lançamento: Março de 2012
Nota: 9,0 de 10,0
Onde comprar: Appstore, Android Market

*as imagens usadas nessa matéria foram tiradas de outros sites. Para saber quais, basta clicar na imagem que quer ver*



Eu sempre me considerei um jogador hardcore. Desde que me lembro, sou muito fã de jogos complexos, longos, bastante difíceis e com muitos segredos para descobrir. Eu já perdi a conta de quantas horas seguidas e de quantas noites já passei jogando alucinadamente, enquanto as outras pessoas da minha idade brincavam e se divertiam lá fora. Coitadas delas, não sabem o que perderam.

Mas, recentemente, com a disseminação dos jogos para mobiles, que trouxeram, entre eles, games como Plants vs. Zombies, Fruit Ninja ou Doodle Jump, eu comecei a ver que jogos casuais também podem ser muito divertidos, alguns até desafiadores, dependendo de como você joga.

Entre esses jogos casuais estava o Angry Birds, lançado pela Rovio em dezembro de 2009, trazendo uma jogabilidade simples e divertida, muito bem executada. A idéia não era tão original, mas a maneira como foi feito, bem como o carisma dos personagens, conseguiu em pouco tempo uma legião de fãs das mais variadas espécies, desde jogadores hardcore até aqueles que só haviam jogado o jogo da cobrinha no celular.

E hoje estou aqui para falar do primeiro jogo casual que realmente me fez esperar pela data do seu lançamento, baixando e detonando metade dele poucas horas após ser disponibilizado: ANGRY BIRDS SPACE!



A história continua a mesma dos três jogos anteriores: porcos roubaram os ovos dos pássaros, que agora buscam  desesperadamente recuperá-los. Para isso eles, usando um estilingue gigante, se jogam em direção às barreiras e proteções erguidas pelos porcos, na tentativa de derrotá-los. Qual a diferença desta vez? É que o jogo não se passa na Terra, mas sim no espaço! Sim, os ovos foram roubados por porcos espaciais e apenas seus pássaros do espaço podem detê-los!

Que diferença isso traz na jogabilidade? Simples: os porcos geralmente ficarão em pequenos planetas espalhados pelo cenário. Em torno deles há uma espécie de campo de força, que indica onde fica sua atmosfera. Se um objeto, ou pássaro, entrar nessa área, a gravidade passa a agir sobre ele, alterando totalmente sua trajetória, podendo fazer até mesmo com que caia em direção ao planetóide, ou entre em sua órbita.

Mas, enquanto o objeto estiver fora dessa área demarcada em volta dos planetas, ele estará no vácuo do espaço. Isso significa que nenhuma força, nem mesmo a gravidade, agirá sobre ele. Se ele estiver em movimento, vai continuar assim até sair do cenário ou até bater em algum obstáculo. Ah sim, muitos porcos estarão no vácuo, envoltos por bolhas, então boa sorte descobrindo a melhor maneira de acabar com todos eles sem gravidade.

Por cima de um, por baixo de outro e acerte em cheio o porco que tava escondido

Grande parte da jogabilidade se baseia em combinações das áreas com e sem gravidade, ou mesmo de várias áreas com forças atrativas que puxam para lados diferentes. Por vezes, você terá que jogar o pássaro em um ângulo que faça com que ele entre em órbita em torno do planeta, dando a volta nele e acertando o porco do outro lado, em um lugar que seria impossível acertar diretamente. Ou até precisará arremessar o bichinho de maneira que a gravidade combinada de vários planetas o jogue de um lado para o outro, até atingir o alvo.

Não é exatamente um conceito novo, deve haver um punhado de jogos que se baseiam em forças gravitacionais no Kongregate, mas novamente a Rovio aperfeiçoou o conceito e o adaptou à sua franquia de forma que realmente ele se parece como uma versão mais avançada e complexa do Angry Birds original.

Sair de um local com gravidade pra acertar um porco no meio do espaço
pode requerer algumas tentativas

Quanto aos pássaros, estão quase todos aí de volta, com um novo visual, para parecerem mais espaciais, mas todos reconhecíveis de jogos anteriores. Alguns, em especial o pássaro amarelo, cuja habilidade é o dash, foram reformulados para se adaptar a esse estilo de jogo. Então, ao invés de usar sua habilidade sempre na direção em que está indo, como nos primeiros games, ele irá na direção em que o jogador tocar na tela. Isso adiciona e muito à estratégia de um jogo que originalmente era só sobre jogar pássaros de qualquer jeito e torcer pra dar certo.

Também temos um novo pássaro: o Ice Bird. Ele não é forte, não destrói nada, mas faz algo tão bom quanto: ele congela tudo à sua volta quando explode, deixando qualquer objeto extremamente frágil ao golpe do pássaro seguinte. Sabe aquela parede de blocos de pedra que antigamente era quase indestrutível? Aproveite enquanto a vê sendo destruída como se fosse feita de isopor.


Quanto à dificuldade, não sei se é por já ter jogado outros jogos no estilo antes, mas achei muito baixa. Não levei nem uma hora para acabar todo o primeiro cenário, sempre com 2 ou 3 estrelas em cada fase. Desta vez, foi adicionado uma espécie de marcador que indica qual a trajetória que o pássaro fará dependendo da direção em que o jogador mire, o que facilita demais.

Mas, pensando por outro lado, o conceito das diversas forças gravitacionais é complexo e novo para muitas pessoas e, sendo um jogo casual, se tornou necessário adicionar esse elemento que deixa mais fácil para quem não está acostumado. É pena, espero que em atualizações futuras sejam adicionadas fases mais desafiadoras.

É só explodir os destroços espaciais e pronto, você terá bacon espacial

Os gráficos estão levemente melhorados, alguns efeitos de luz e dos poderes dos pássaros foram adicionados e trouxeram um efeito legal, mas nada demais. Obviamente, isso não tira nem 0,1 da nota do jogo, pois justamente o que se espera dele é mais concentração na jogabilidade e menos nos gráficos. Ele precisa ter uma aparência simples para se manter leve.

Os sons também continuam engraçados, são diferentes daqueles do jogo original, mas continua muito engraçado ouvir o barulho que fazem ao serem arremessados. Tenho que me segurar pra não parecer um maluco imitando pássaros suicidas no metrô. A música continua muito bem feita, mantendo a tradição, e é incrível como conseguem fazer um trabalho tão bom e ao mesmo tempo tão simples.

Com vários campos gravitacionais juntos, fica muito mais difícil
calcular a trajetória do pásssaro

A única coisa que realmente me incomodou nesse jogo está ligado à física dele. Apesar de vários objetos se localizarem no vácuo, onde não deveria haver qualquer atrito ou força contrária, dá para ver claramente que, quando um objeto está flutuando no espaço, ele vai lentamente perdendo velocidade, até parar. Isso é especialmente frustrante quando você está esperando um destroço sair da sua frente, ou um meteoro entrar na atmosfera de um planeta, e eles empacam um milímetro antes de estarem onde você queria. Poxa, Rovio, custava colocar os bichos pra não perderem velocidade no espaço?

Yellow bird evoluiu para lazer bird e ficou muito mais divertido

No final das contas, eu gostei muito de Angry Birds Space. Tem o elemento mais complexo, que eu gosto, que é a influencia de várias forças sobre a trajetória do seu pássaro, ou até de força nenhuma, o que faz com que seja necessária muito mais estratégia do que nos jogos anteriores. E, para não desagradar o público casual, foi adicionado o marcador de trajetória, que os ajudará a lidar com os elementos novos.

Também, o novo pássaro entrou naturalmente, sem parecer forçado, e adicionou mais possibilidades a um jogo que já é variado. Certamente, é um game à altura da franquia, sendo muito bom para quando você estiver fora de casa, seja na fila do banco ou no metrô lotado, podendo usar só uma das mãos. Estou na espera pelo lançamento das fases extras em breve.

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