Dead Rising 2 - RESENHA

Gênero: Ação
Desenvolvedor: Capcom
Plataformas: XBox 360, PC e PS3
Lançamento: Setembro de 2010
Nota: 8,7 de 10,0
Onde comprar: Steam - store.steampowered.com/app/45740/
 

Novamente estamos aqui para falar de um jogo sobre monstros. Depois de Amnesia, será que eu encontrei um game ainda mais assustador para analisar? Será que Dead Rising 2 te deixará acordado durante noites a fio, sem conseguir pregar os olhos, tomando susto toda vez que vê sua sombra com o canto do olho?

Hum... não, nem de perto.

Desta vez, falaremos sobre um jogo de zumbis que não é de terror. Na verdade, seguindo o esquema "Todo Mundo Quase Morto" e "Zumbilândia", Dead Rising 2 tratará desse tema de uma maneira que muitas vezes fará o jogador rir alto com tantas coisas engraçadas e absurdas que lhe são mostradas, além de ser um ótimo jogo de ação. Se você é um sobrevivente, mas está ficando cansado com o estresse dos seus preparativos para o apocalipse zumbi, nada melhor do que se divertir com este game sensacional criado pela Capcom.

Matar zumbis é coisa séria!

Dead Rising 2 se passa cerca de 5 anos após os eventos do primeiro jogo. A infestação foi finalmente controlada e as pessoas puderam reconstruir suas vidas. Os mortos-vivos ainda existem, mas são mantidos em cativeiro, para estudos ou para... diversão.

É nesse ambiente que você se vê na pele de Chuck Greene que, para poder cuidar de sua filha Katey, que foi mordida por zumbis, se vê obrigado a matar o maior número possível deles no evento "Terror is Reality", cujo prêmio em dinheiro lhe permitiria comprar o remédio de que ela precisa para não se transformar.

Você não quer que essa menininha linda vire zumbi, quer?
ENTÃO, MEXA-SE!

Um dia, alguém liberta os mortos-vivos, começando uma nova infestação. E o pior: estão tentando colocar a culpa em Chuck. Agora, você tem 72h para provar sua inocência, descobrir quem é o responsável por tudo isso e, de quebra, salvar o máximo possível de sobreviventes. Ah, e não se esqueça de dar Zombrex à sua filha a cada 24h, ou você terá uma zumbizinha em miniatura tentando comer seu cérebro. Boa sorte.

Como eu mencionei, o jogo não tem nada do clima escuro e assustador de Resident Evil ou outros jogos do gênero. Pelo contrário, toda a história se passa em um centro de compras, aparentemente em Las Vegas, com direito a muitas luzes, lojas, cassinos, parques e todo tipo de coisas que seriam muito divertidas se não fosse o detalhe de ter centenas de comedores de cérebro andando de um lado pro outro.

O taco com espinhos será seu melhor amigo durante
a maior parte do jogo

Eu disse centenas? Eu quis dizer milhares! A cada lugar que Chuck vai, muitos e muitos zumbis caminham lentamente em sua direção, na tentativa de provar um pedacinho de sua massa encefálica. Mas, para se defender, você conta com.... qualquer coisa que encontrar pelo caminho.

Sim, praticamente qualquer coisa no cenário pode ser usada como arma, algumas mais fortes, outras nem tanto. Está preso em um canto? Aproveite o vaso de plantas e jogue-o na testa de um zumbi. Entrou em uma loja de brinquedos pra crianças? Acerte-os com uma bola de praia! Te perseguiram até um cassino? Na parede tem uma claymore, divirta-se!

Não, sério, qualquer coisa MESMO pode ser usada como arma

Não apenas você pode usar quase todos os objetos para se livrar dos mortos-vivos, mas  também pode criar suas próprias armas, combinando duas coisas diferentes. Se misturar pregos com um taco de beisebol, terá um taco com espinhos muito eficaz. Se juntar uma cabeça de dinossauro com fogos de artifício, terá um chamariz perfeito para poder pegar seus inimigos distraídos. Essa possibilidade traz muita variedade para o jogo e é muito divertido ver o que cada combinação é capaz de fazer. O combate é tão divertido que o jogador poderia passar horas só matando zumbis sem se preocupar com o desenrolar da história.

Talvez para evitar isso, os desenvolvedores colocaram limites de tempo para cada missão. Com o decorrer do jogo, vários objetivos lhe são apresentados, alguns deles relativos à continuidade da história, outros que se tratam de salvar sobreviventes espalhados pelo mapa e, ainda, há os que te levam para enfrentar psicopatas, que são os equivalentes aos chefes do game, que estão vivos, conscientes, e que são muito mais difíceis do que qualquer zumbi que você já enfrentou.

Esse negócio de "humanos são mais perigosos que monstros"
é meio fiolosofia de botequim, mas eu perdôo

Cada uma dessas missões possui um tempo limite. Se demorar muito para resgatar um sobrevivente, ele simplesmente morre. Se não chegar a tempo para um Case, ou seja, para uma quest principal, perderá a chance e terá que lidar com as consequências disso. Esse implemento dá ao jogo uma sensação de urgência, porque o tempo todo o jogador está correndo contra o relógio, na tentativa de fazer tudo que é possível antes do tempo se esgotar.

Caso não consiga, não se desespere, é normal. Por isso, Dead Rising 2 traz a possibilidade de, a qualquer tempo, você recomeçar todo o jogo, voltando para o momento em que chegou ao abrigo. Seus status e nível serão salvos, então, a cada nova tentativa, estará mais forte e terá mais facilidade em superar todos os obstáculos. Mas todos eles estarão de volta, então, se resgatou alguém, terá que resgatar de novo. Isso pode ser bastante divertido, mas, depois de reiniciar algumas vezes, você já estará meio enjoado de sempre salvar a mesma velhinha manca e surda da loja de brinquedos.

Todas as vezes em que eu salvei essa velha,
torci pra falhar miseravelmente

Infelizmente, mesmo sendo um jogo muito bom, Dead Rising 2 peca em alguns aspectos. O combate, por exemplo, apesar de ser extremamente divertido, sofre pelo fato dos seus golpes não terem peso algum. Mesmo que um golpe acerte cinco zumbis, a reação de Chuck e o movimento que faz são os mesmos de quando ele bate no ar. Talvez eu esteja muito exigente, por ter jogado Batman Arkham Asylum e God of War, mas eu esperava que uma espadada que acertasse alguém ao menos diminuísse de velocidade, mas tudo passa pelos zumbis como se eles fossem feitos de manteiga.

A combinação de objetos, para criar armas, é uma sacada e tanto da Capcom e traz um elemento muito divertido pro jogo, mas poderia ser mais variada. Quase tudo que tem à sua volta pode ser usado para bater, mas nem tudo pode ser combinado. Além disso, as combinações são aprendidas automaticamente conforme você passa de nível, tirando a possibilidade de se fazer seus próprios experimentos, o que seria ainda mais maneiro.

Nada como uma claymore para cortar seus
inimigos ao meio na vertical

 A curva de dificuldade também parece um pouco desbalanceada. Os zumbis são realmente fáceis de serem derrotados, especialmente em níveis mais altos, mas os chefes são absurdamente difíceis e não há nada com uma dificuldade intermediária. Então, em determinado nível, você passará como um trator por 99,9% dos inimigos, mas sofrerá muito para enfrentar um só. Não que isso desmereça o jogo, porque destruir mortos-vivos fica até mais divertido conforme você fica mais forte.

No final das contas, esse é um dos jogos mais divertidos que já joguei e ainda é educativo, pois te ensina a sobreviver ao apocalipse zumbi usando coisas que pode encontrar em qualquer lugar. Você realmente vai se preocupar com a Katey e se desesperar para conseguir o Zombrex, ao mesmo tempo em que terá vontade de ficar parado no mesmo lugar, descobrindo maneiras novas e criativas de se obliterar mortos-vivos. Então, pegue o objeto pesado mais próximo, suba na sua bicicletinha e vá matar zumbis em DEAD RISING 2!