Gênero: Puzzle
Desenvolvedor: Valve Corporation
Publisher: Valve Corporation
Plataformas: PC, PS3, XBox 360
Lançamento: Abril de 2011
Nota: 9,5 de 10,0
Onde comprar: Steam - http://store.steampowered.com/app/620/
Uma grande preocupação, quando se fala de sequências, seja de filmes,
livros, jogos, ou qualquer outra mídia, é sobre a qualidade dessa continuação.
Nem sempre algo ser feito depois de alguns anos, com uma tecnologia mais
avançada, significa que será melhor que o antecessor. Duke Nukem Forever está
aí pra provar isso. E também há outras questões: E se fizerem algo exatamente
igual ao primeiro? Ou pior, e se tentarem inovar e ficar uma porcaria?
Felizmente, temos aqui um caso em que a sequência fez valer as expectativas
de todos os gamers que esperaram por ela durante anos. Trazendo melhores gráficos,
uma história mais detalhada, novas mecânicas de jogo e mantendo o espírito do
primeiro jogo, temos aqui a obra-prima PORTAL 2!
Todos
se lembram do primeiro Portal, certo? Arma de portais, um azul e um laranja,
entra por um e sai por outro, enquanto encara uma inteligência artificial
onipotente e completamente sádica? Quem não se lembra, pode relembrar lendo a
nossa matéria sobre Portal 1.
Muito bem, Portal 2 se passa alguns anos depois da história do primeiro
game. Chell, de alguma forma, foi levada de volta para dentro das instalações
da Aperture Science e colocada em um estado de animação suspensa. Mas algo dá
errado e ela é acordada após muito tempo por um núcleo de personalidade chamado
Wheatley, que pede sua ajuda para que ambos possam escapar daquele local.
Essa bolinha de olho azul será responsável por muitas gargalhadas no decorrer do jogo |
Obviamente, a melhor forma de fugir de um lugar é utilizando nossa já
conhecida Portal Gun, que volta neste jogo exatamente como era no primeiro:
crie um portal azul e um portal laranja, entre por um e saia por outro. Com a
ajuda desse aparelho, você revisita muitos locais pelos quais passou no
primeiro jogo, mas desta vez tudo está diferente. As salas estão todas
destruídas e a vegetação está invadindo o prédio, nem parece que é a mesma
empresa.
Mas a história muda no momento em que ELA retorna. Sim, durante sua fuga,
por um engano GLaDOS é reativada e imediatamente começa a trabalhar na
reconstrução da Aperture Science, enquanto te coloca novamente para realizar
testes e mais testes de desempenho, cada um mais complexo que o outro. E,
quando ela lhe disser que já recuperou o controle sobre todas as instalações,
você se verá, mais uma vez, enfrentando uma das maiores vilãs da história dos vídeo
games.
Não acorde, não acorde, não acorde.... Ô porcaria! |
Só que, desta vez, você terá ajuda de dentro. Com Wheatley ao seu lado,
Chell viajará cada vez mais fundo e descobrirá praticamente todos os segredos
por trás da criação, propósito e funcionamento da Aperture Science, com direito
a uma série de plot twists, em um jogo com alguns dos personagens mais
carismáticos já criados em qualquer mídia.
Muito da jogabilidade de Portal 2 é semelhante ao primeiro jogo. Na verdade,
durante os primeiros minutos, a sensação será basicamente de um déjà vu, pois,
além do game ser parecido, você estará nas mesmas salas pelas quais passou.
Mas, conforme a história vai se desenrolando e novas possibilidades vão surgindo,
você vê que a Valve conseguiu fazer algo muito difícil: manter o que era bom no
primeiro jogo e adicionar novos elementos, que se encaixam perfeitamente, sem
parecerem forçados em momento algum.
As pontes de luz, que podem ser desviada por meio de portais, sãoum adicional muito divertido aos quebra-cabeças |
A maior novidade é a adição de diversos tipos de gel, que cobrem o chão e as
paredes, na construção dos puzzles. São três tipos principais: O azul,
Repulsor, que fará com que Chell ricocheteie, sendo jogada a grandes
distâncias, dependendo do quão rápido você estiver se movendo quando bater
nele; o laranja, Propulsor, que aumenta em muito sua velocidade de corrida,
proporcionando maior "momentum" para saltos e para se jogar através
de portais; e o branco, Pó Lunar, que lhe permite criar portais em qualquer
superfície que esteja coberta por ele.
Esses três itens podem ser usados separadamente ou, dependendo da ocasião,
em conjunto. E, se somados à sua já conhecida Portal Gun, abrem um leque de
possibilidades que os jogadores certamente nem imaginavam enquanto tentavam
zerar o primeiro game.
Usando os portais, é possível espalhar o gel pra onde você precisar |
O enredo, apesar de curto (eu levei só umas 7h para acabar), te leva bem
mais a fundo do que no jogo anterior, revelando mais do passado da GLaDOS, da
Chell e da Aperture Science como um todo, além de se focar bastante no
relacionamento entre os personagens, que até então só tinham uma relação
semelhante com a de um cientista com seu rato de laboratório.
Os gráficos foram bastante melhorados, se comparados aos do primeiro game,
mas mesmo assim não chegam a impressionar, estando até relativamente
ultrapassados, se levar em conta a data de lançamento. No entanto, esse
realmente não era para ser o foco do jogo, que se centra muito mais nos
personagens e nos quebra-cabeças, então acaba nem fazendo uma grande diferença.
Além disso, gamers de verdade sabem que gráficos, por si só, não fazem um jogo
ser bom.
Já vi essa cena em algum lugar... |
Quanto aos sons... novamente, ocupam uma posição de destaque. Desde as
primeiras atuações dos dubladores até o final da música de encerramento, tudo
relacionado ao áudio é tratado com muito carinho pelos produtores.
Como os personagens praticamente não têm expressão facial, a voz se torna
ainda mais importante, mas os atores cuidaram disso com maestria. GLaDOS quase
não tem emoção na voz, mas você sempre sabe o que ela está sentindo e até
quando está contando uma mentira. Wheatley, com aquele jeito inocente e
afobado, consegue fazer o jogador rolar de rir mesmo com as falas mais
mundanas. E a música final... bom, prepare-se para ficar com ela presa na
cabeça durante uma semana. Não é igual, mas está muito perto da Still Alive,
que encerrou o primeiro game.
Nunca achei que veria a Aperture Science nessas condições |
Mas digamos que você termine o jogo. Poxa, será que é só isso? Não, pelo
contrário! Porque a história continua no modo Multiplayer, que pode ser jogado
por até duas pessoas, que assumem o controle de dois robôs, chamados Atlas e
P-Body. Esse modo se passa após os acontecimentos do Single Player e se trata
de uma série de quebra-cabeças, tão ou mais divertidos que os que você já
passou, que só podem ser resolvidos jogando em grupo, pois cada um deles é
fisicamente impossível de ser resolvido por um jogador sozinho.
Além do Multiplayer proporcionar um modo extremamente divertido de jogo
cooperativo para curtir com seus amigos, seja em tela dividida ou online, você
acaba vendo ainda mais da personalidade de GLaDOS e somente ao final dessas
fases você verá o verdadeiro final do game, o gancho que levará, ou não, ao
Portal 3.
Ok, eu admito: ainda mais divertido do que tentar zerar o jogo é tentar matar seu companheiro |
Também há o modo Challenge, no qual você joga partes do Single Player
enquanto o jogo marca seu tempo e a quantidade de portais usados e, depois,
compara com seus resultados anteriores e os de outras pessoas, via internet.
Será que você é melhor do que eles, pensando com portais?
No final das contas, eu considero a série Portal, bem como seus personagens,
grandes clássicos do mundo dos vídeo games, mesmo tendo apenas 4 anos desde o
lançamento do primeiro jogo. É essencial para qualquer gamer que, além de
desafio, gosta de jogabilidades diferentes e inovadoras. Este é um daqueles
mundos em que você entra e imediatamente se torna tão familiarizado quanto com sua
própria casa, e mesmo a maior vilã que encontrar será
para você como uma velha amiga, de quem você sentirá saudades e certamente
voltará outras vezes para visitar, mesmo que seja apenas para ver a cena épica
em que ela é reativada.
PS: Aliás, segue o teaser trailer do Portal 2, divulgado um ano antes do lançamento do jogo, mostrando a reativação da GLaDOS e a reconstrução da Aperture Science. Até hoje foi um dos poucos teasers que me deixaram realmente desesperado por um game:
Além de ser um game de estratégia, cheio de puzzles cada vez mais difíceis, ainda rende boas risadas com os comentários da GLaDOS.
ResponderExcluirShow, boa sorte com o site, cara.